sexta-feira, 1 de maio de 2015

OS PROFESSORES DOS FILHOS DO POVO PARAIBANO ESTÃO LARGADOS A PRÓPRIA SORTE

Os professores da rede estadual de ensino da Paraíba estão passando por uma das situações mais difíceis da história da categoria, lutar contra a estrutura do governo e ao mesmo tempo contra o próprio sindicato que os "representa".


Essa semana dois vexames reduziram ainda mais nossa crença no desenvolvimento da educação pública, do nosso estado.

Pelas redes sociais os docentes denunciaram a retaliação do governo que efetivou o corte de salários para os profissionais que se encontram em greve. Por outro lado, um vídeo chocante mostra o momento exato em que um educador é vítima de agressão física, praticada dentro das dependências do Sindicato que deveria representar a categoria, mas atenta contra ela por razões obvias. A má sorte dos professores ainda tem respaldo na justiça, que não reconheceu o movimento grevista como legítimo.

Professores paraibanos, triste fim, o que fazer senão parar? Se não reconhecer que a estrutura montada por um poderoso tripé que envolve a máquina pública, a justiça e o sindicato de fato venceram?

Depois de serem achincalhados, agredidos e perderem dinheiro, provavelmente os professores dos "filhos do povo" como assim os denominou o governador Ricardo Coutinho, vão voltar para as suas salas de aula, desmotivados, mas buscando forças para seguir.

Diferentemente de Ricardo, eles, os professores conhecem bem os "filhos dos povo", alguns os educam mais que os próprios pais, sentem na pele a falta de estrutura daquelas crianças e respectivas famílias, a falta de rumo daqueles jovens oriundos de favelas, cortiços e bairros pobres da periferia.

Eles, os professores, obram milagres para fazer muito com pouco, para fazer com que essa realidade social que é terrível não piore mais ainda. E o governador acostumado as mordomias do poder oque entende de povo?

Será que nos poucos minutos que ele passa nas plenárias do OD - Orçamento Democrático - ouvindo a sociedade de cabeça baixa e olhar carrancudo quando escuta o que não quer, consegue entender de povo?

Ele dedicaria tempo pelos filhos do povo por um salário menor que dois mil reais? Aceitaria apanhar e ter o pescoço sufocado numa reunião de governadores pensando no povo? Os professores fazem isso.

Ricardo Coutinho apesar de governador, de representante legítimo do povo, não sabe o que é povo como os professores sabem, ele com sua confortável remuneração de R$ 23.500,82 livres de tudo, vive numa vida diferente, ele vai ao povo e rapidamente volta para sua realidade imperial, eles os professores, são o povo, vivem com praticamente os mesmos recursos que o povo vive.

A tentativa de Ricardo jogar o povo contra os professores foi ridícula, digna de pena. O tratamento durante todos os momentos dessa greve foi o pior possível, ele sim parece não ter se preocupado em nem um momento com os filhos do povo, irredutível que foi com a classe dos professores o tempo todo.

Lamento por tudo isso, e expresso nessa abreviada nota um pouco da minha indignação, que se estende aos colegas da imprensa que deram pouca ou nenhuma visibilidade ao martírio dos professores paraibanos.


Por Lázaro Farias

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